Rotura prematura das membranas amnióticas após 20 semanas de
gestação e antes da 37 semana e antes do início do trabalho de parto.
Se ocorrer antes da 20 semana é ABORTAMENTO INEVITAVEL.
Principais causas da RPMO é INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO.
FISIOPATOLOGIA=
·
As bactérias produzem enzimas proteolíticas que
enfraquecem as membranas e causa a ruptura. Além disso, tb estão envolvidos
fatores inflamatórios produzidos pela decídua(IL-1, IL-6 e TNF).
·
A diminuição de colágeno do cório amadurece a
membrana que tb faz parte da fisiopatologia.
·
Diminuição de fosfatidilinositol nas membranas,
ele atua como lubrificante entre cório e âmnio, o q leva a uma menor
distensibilidade da membrana.
FATORES DE RISCO=
- exames invasivos: amniocentese e cordocentese(risco de 1-2%)
- incompetência istmocervical.
- inserçao baixa da placenta
- macrossomia
- poliidramnia
- trabalho de parto prematuro
- infecções genitais(strepto B, gonococo)
- tabagismo
- sangramento genital
- vaginose bacteriana
- gestação múltipla
- deficiências nutricionais
- doenças maternas(deficiência de alfa-1-antitripsina, síndrome de Ehlers-Danlos, doença falciforme).
- atividade sexual
- traumatismo
- passado de parto prematuro.
DIAGNOSTICO= 80% clinico.
QP: liquido claro ou amarelado
escorrendo pelas pernas.(Confirmar com exame especular para descartar
corrimento, sudorese, incontinência).
EX.FÍS: Especular- observar liquido
saindo pelo colo ou acumulado no fundo de saco.
Manobra de Tarnier: se não for possível. Elevar apresentação fetal pela palpação
abdominal e comprimir o útero ou aguardar contração para observar a saída de
liquido pelo exame especular.
Detecção de PH vaginal: usar FITA
DE NITRAZINA, introduzir no fundo de saco, se ficar azul o ph esta alcalino
portanto pode ser RPMO. Porem o ph da vagina pode ser alterado por sêmen,
sabonetes, infecções...
Teste da cristalização da secreção
vaginal: fluido do fundo de saco em uma lâmina por 10 min, apresentará
aparência em folha de samambaia. Durante a gestação não é esperada a
cristalização pelo alto teor de progesterona.
Presença de elementos fetais
em secreção vaginal= lanugem, células de epiderme fetal(poligonais e
orangiófilas) após azul do Nilo a 1%.
Injeção de constraste na
cavidade abdominal: introdução de corante por amniocentese(carmin,índigo,
vitamina b12) e observar se haverá saída de corante pela vagina após 30
min.(POUCO UTILIZADO-RISCO ALTO).
ULTRASSOM: avalia diminuição do líquido através do ILA(mede o maior bolsão vertical em cada um dos 4 quadrantes), considera-se diminuido se for menor que 5 cm ou quando a medida do maior bolsão for menor que 2 cm. Exame de baixa sensibilidade, apenas sugere RPMO, oligodramnio pode ser por outras causas.
Alfa-fetoproteina: é uma enzima
produzida pelo rim do feto, em alta concentração no liquido amniótico. Se
encontrado na secreção vaginal sugere RPMO.
PROGNÓSTICO=
Comuns antes da 23 semana:
·
1/3 das mulheres com RPMO desenvolvem =
CORIOAMNIONITE, ENDOMETRITE E SEPSE.
·
A maioria
das RPMO evolui para parto pretermo em menos de uma semana da rotura.
·
O bebe nasce vulnerável a doença da membrana
hialina, hemorragia intraventricular, leucomalácia periventricular, sequelas
neurológicas, infecção e enterocolite necrotizante.
·
RPMO associada a prolapso de cordão e
descolamento de placenta. Apresentações anômalas pela IG e oligodramnia.
·
Oligodramnia severa esta relacionada a
hipoplasia pulmonar, deformidade facial e ortopédicas.
·
VOLUME AMNIOTICO, DURAÇÃO ENTRE ROTURA E PARTO E
IG determinam a severidade das complicações fetais.
Complicações:
- infecção
- prematuridade
- acidentes de parto
- compressão de cordão
- sofrimento fetal
- malformações(sequência de Potter)
- Infecção= causa ou consequência da RPMO. Risco elevado qnto maior o periodo de bolsa rota. Pode ocorrer corioamnionite e parto prematuro nas primeiras 72 hrs após rotura. Vias de infecção fetais são nariz e boca, hematogenica(fetoplacentaria).
- Prematuridade= poucas RPMO atingem o termo, 50% entram em trabalho de parto em no maximo uma semana após a rotura, 70% em 2 semanas e 80% em 28 dias. O periodo varia com a IG, sendo maior qnto menor a IG.
- Acidentes de parto= por causa de apresentações distocicas(pélvicas, e córmicas).
- Sofrimento fetal= anormalidades da FC fetal por compressão do cordão em oligodramnia, corioamnionite ou descolamento de placenta.
- Malformações= SINDROME DE POTTER(sequencia de oligodramnia)- decorrente da compressão fetal. Pode haver redução de MF,fascies anômalas, hipoplasia pulmonar, achatamento da ponte nasal, dobra anormal da orelha, posição anormal das mãos e pés, atitude de flexão por contratura de cotovelos e joelhos.
- Retenção placentária= em gestações mto prematuras pode haver necessidade de extração manual da placenta e curetagem, especialmente em casos de corioamnionite.
- Risco de cesariana= por maior anormalidade de FC fetal devido a oligodramnia corioamnionite.
CONDUTA:
Depende da IG, PRESENÇA OU NÃO
DE INFECÇÃO, VITALIDADE FETAL E PRESENÇA OU NÃO DE TRABALHO DE PARTO.
NA PRESENÇA DE INFECÇÃO MATERNA OU FETAL, É OBRIGATÓRIA A INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ, INDEPENDENTE DA IDADE GESTACIONAL. DEVE-SE PREFERIR A VIA VAGINAL, VISTO OS MAIORES RISCOS DE INFECÇÃO ABDOMINAL COM A CESARIANA.
Parâmetros para avaliar infecção=
FEBRE(confiável), leucocitose se associada a taquicardia fetal, sensibilidade
uterina e odor vaginal fétido. VHS e amniocentese(GRAM, cultura, dosagem de
glicose)
DESCARTADA INFECÇÃO A CONDUTA SE BASEIA NA IG.
- IG >= 34 SEMANAS: interrupcção da gestação, assim como qnd há sinal de sofrimento fetal ou infecção. NÃO usar tocoliticos ou corticoides.
- IG entre 24-34 SEMANAS: se não há sinal de infecção, sofrimento fetal ou metrossístoles, conduta conservadora, para amadurecimento pulmonar. Internar a gestante em repouso com hidratação abundante, pesquisar sofrimento fetal(BCF, cardiotocografia, perfil biofísico fetal).
CORTICOTERAPIA:
diminui o risco de síndrome da angustia respiratória, hemorragia
intraventricular e mortalidade em fetos prematuros. Benefício maior após 24 hrs
de tto. BETAMETASONA OU DEXAMETASONA.
TOCÓLISE: bom para prolongar a gestação por 48hrs nas
RPMO, periodo para corticoprofilaxia.
ANTIBIÓTICOS: pcts com menos de 34 semanas com conduta conservadora o uso de ATB diminui a morbidade neonatal, risco de infecção materna e período de latência(RMPO e parto).
ERITROMICINA + AMPICILINA EV, e depois AMOXICILINA + ERITROMICINA VO.
3. IG menor que 24 SEMANAS: sobrevida baixa, risco de corioamnionite e alto risco de sequelas neurologicas.
Conduta conservadora-
repouso absoluto ate 24 semanas+controle térmico.
Profilaxia de Strepto do grupo B: igual parto pretermo. Fazer msm se
houver feito ATBprofilaxia.
Via de parto: VAGINAL(se colo desfavorável usar MISOPROSTOL.
DURANTE TRABALHO DE PARTO PROFILAXIA DE STREPTO GRUPO B.
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