sexta-feira, 29 de novembro de 2013

CONVULSÃO FEBRIL


  • Ocorre na infância(3 meses -5 anos), associado a febre.
  • Na ausência de infecções intracraneanas ou outra causa neurológica, excluindo crianças com convulsões afebris prévias.
  • TIPOS:


  1. SIMPLES(80% dos casos): uma única crise tônico-clônica, generalizada, durando em torno de 5 min.
  2. COMPLEXAS ou COMPLICADAS(20% dos casos): crises focais e\ou com duração superior a 15 min e\ou, se recorrentes em menos de 24 hrs e\ou com manifestações neurológicas pós-ictais.
  • Incidência - 1- 14% 
  • A CF ocorre apenas na infância, havendo melhora com o crescimento e amadurecimento do córtex cerebral
  • O principal fator que acredita-se ser responsável pela CF não é a alta temperatura em si, e sim, seu aumento rápido.
DIAGNÓSTICO

  • Anamnese criteriosa (descartar crises epilépticas, infecções, traumas ou intoxicações). História familiar. Descrição da crise.
  • Exame físico: pesquisar focos infecciosos(principalmente, encefalites e meningites).
  • Punção lombar se suspeita de meningite(criança letargica, rigidez de nuca, fontanela abaulada). Em lactentes os sinais podem estar ausentes, considerar a punção lombar mesmo assim.
Critérios de Coleta do Liquor
a- Crise convulsiva febril Simples: 
  1. menores de 6 meses;
  2. entre 6 -18 meses, se suspeita de infecção em Sistema nervoso.
  3. maiores de 18 meses, se houver meningismo, sinais de infecção sistêmica, irritabilidade e sonolência acentuada.
a- Crise convulsiva febril Complexa: 
  1. Se não houver diagnóstico anterior de CF, é prudente coletar o liquor.
  2. TC de crânio e EEG NÃO são indicados nas CFs, exceto em caso de evolução atípica.
EVOLUÇÃO
  • a CF é uma entidade de caráter benigno
  • 70% das crianças apresentam apenas 1 epísódio durante a vida. 20 % terão 2 epísódios e 10% tem chance de ter várias CFs.
  • Evolução para epilepsia  varia de 2-4% dos casos.
  • FATORES DE RISCO PARA RECORRÊNCIA:
  1. idade precoce da 1ª crise(menores de 12-18 meses);
  2. sexo masculino;
  3. antecedentes familiares de CF ou epilepsia;
  4. atraso do desenvolviemento neuropsicomotor;
  5. menor grau de febre no evento;
  6. crises focais;
  7. duração prolongada.
TRATAMENTO

Criança dá entrada no serviço tendo CF, proceder da seguinte forma:
  • avaliação e estabilização de vias aéreas, oxigenação, acesso venoso, avaliação e estabilização da função cardiovascular;
  • investigação de distúrbios hidroeletrolíticos e acidobásicos;
  • antitérmicos;
  • benzodiazepínicos: drogas de 1ª escolha nas crises, sendo o DIAZEPAM o mais utilizado, início em 1-3 min, dura de 5-15min. Útil apenas para a suspensão da crise. Pode ser repetido a cada 10-15 min por 3 vezes; dose máxima de 10mg\dose.
Fazer história clínica rápida durante o atendimento para descobrir a etiologia.
Profilaxia com anticonvulsivantes em casos de CF complexa e\ou com recidivas frequentes.(Ácido valpróico e fenobarbital).